quarta-feira, 28 de maio de 2014

Entrevista com Motociclista.

Anderson Gomes  Motociclista que passa 5 a 6 horas todos os dias no Trânsito do Recife, em entrevista para o Mobilidade - PE, ele fala de suas experiências, dificuldade, opinião e indica segundo ele o melhor caminho para um trânsito melhor: "mobilidade maior e uma vida melhor."

Mobilidade Urbana, Questão de Consciência.


Foto:João Ricardo
Contraditório e Débil é a situação da Região Metropolitana do Recife no quesito: Mobilidade Urbana. São Carros, Ônibus, Motocicletas, Caminhões, Tratores, e Ciclistas, amontoados, por um lugar ao asfalto. Fileiras enormes se formam nas principais vias e que deveriam ter uma estrutura mais adequada para essa situação que já é antiga no Recife. Como por exemplo, na Avenida Mascarenhas de Morais, “Imbiribeira”  sua história em engarrafamentos quilométricos, por longas horas e em qualquer horário do dia já virou rotina para quem precisa utilizar a via. Esse é o dilema vivido pelo povo recifense e que vem se agravando depois das obras para “facilitar” o corre-corre da população, que precisa do ônibus, taxi e metrô, Será?  Como entender, quando se gastam milhões em obras, obras essas que se arrastam por meses e que ainda rasgam o cenário paisagístico de nossa cidade, como é o caso da via mangue.
Rios de dinheiro são investidos nessas obras de melhoria urbana, assim chamam seus interesses deturpados cada gestão Débil no governo do nosso estado, mas o que vemos é a poeira sendo jogada para de baixo do tapete, em tudo isso de baixo do nosso nariz. Mas tudo isso é o fruto do que plantamos quando fomos às urnas, foram os nossos votos que determinaram como seriam nossas vidas em nossa cidade, em nosso país.

Um voto consciente e maduro é a primeira ferramenta eficaz que temos para cobrarmos e termos melhorias em nossas vidas, dentro de nossas cidades e depois termos o comprometimento com os nossos direitos, direitos de exigir de quem votamos que cumpram com suas obrigações, que façam valer seus absurdos salários e garantias que lhe são concedidas, garantias essas que um trabalhador honesto e que depende do transporte urbano para chegar ao trabalho e voltar pra casa com segurança não tem e nunca teve. É mínimo que merecemos pelo que fazemos pelo nosso país, termos um transporte digno de primeiro mundo.



A Triste Realidade De Nossas Calçadas

Quem anda pelas calçadas do Recife e região metropolitana com certeza já passou por alguma dificuldade de se locomover, na maioria das vezes os problemas são os buracos. Quem sofre mais com as nossas calçadas são os deficientes físicos que precisam usá-las, até mesmo as pessoas que não apresentam deficiência podem escorregam e até caírem em buracos e se não tiver o máximo de cuidado, certamente podem se acidentar de alguma forma. Ao andar pelo comércio do Recife, fica fácil perceber as armadilhas, que são inúmeras, os ambulantes tomaram conta do espaço.

 
 Um levantamento inédito feito em 12 estados brasileiros, pela Mobilize (movimento de mobilidade urbana sustentável), entre fevereiro e abril de 2012, mostra as melhores e piores calçadas do país, na pesquisa foram observados itens atribuindo-se notas de zero a dez a cada um, como irregularidades no piso, largura mínima de 1,20 m conforme norma da associação brasileira de normas técnicas (ABNT), degraus que dificultam a circulação e obstáculos como postes, telefones públicos, lixeiras , bancas de ambulantes e de jornais , entulhos etc. Segundo dados do IBGE (2013), no Brasil cerca de 30 % das movimentações cotidianas são realizados a pé, principalmente em função do alto custo do transporte público.
 

Recife foi uma das 12 cidades a serem analisadas em algumas das principais vias da cidade, como as Avenidas Conde da Boa Vista, Avenida Norte, Caxangá e Boa Viagem, as calçadas deveriam ser suficientes largas e sempre que possível protegidas por arborização para melhorar o conforto das pessoas, iluminação e ainda complementos por faixas de seguranças.

Um projeto de lei que estuda as calçadas do Recife pretende responsabilizar os proprietários de todas as calçadas de mantê-las livres e conservadas.
 Imagens: Google/UOL



Nos quase 30 anos do metrô no Recife, ainda há muito por fazer


São quase 30 anos do metrô no Recife, mas ainda são necessárias muitas melhorias. Todos os dias, cerca de 205 mil usuários circulam pelas 28 estações. Com 39,5 km de extensão, atende diretamente às cidades de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Camaragibe, além de fazer integração com outros transportes coletivos como o trem e o ônibus.  As estações sempre cheias de passageiros mostram a deficiência desse tipo de locomoção em nosso estado. Já presenciei pessoas atropelando outras para tentarem conseguir um lugar dentro dos vagões e até mesmo vi uma senhora cair no vão entre a plataforma e a entrada dos vagões, por sorte ela não se feriu gravemente. Mas não tem só coisas ruins, quando o trem funciona bem, é  rápido e confortável, do ponto de vista da temperatura, principalmente em horários mais tranquilos. 

Temos uma passagem muito mais barata que em outros estados se levarmos em conta o SEI – Sistema Estrutural Integrado.  No momento o que mais preocupa, tanto aos funcionários como aos passageiros, é a falta de segurança, as pessoas estão mais agressivas. Diariamente maquinistas são hostilizados com palavras, e em alguns episódios, fisicamente.  Os funcionários do metrô trabalham em escalas estressantes, mas o pior é a falta de manutenção dos trens e da via. Há algum tempo um trilho rachou! O maquinista percebeu e conseguiu baixar a velocidade para que conseguisse chegar ao destino com tranquilidade.

Poderia ter acontecido um acidente sério. Investimentos em um sistema de transporte integrado, com uso do ônibus, BRT, transporte fluvial e metrô seria uma solução a longo prazo. Não dá pra melhorar o transporte ferroviário sem um bom metrô. 
 Foto: Priscila Bhur/JC Imagens
As nossas estradas não têm condições de absorver mais carros, então o trem e o metrô surgem como uma saída para esse caos em que se tornou os grandes e médios centros urbanos. O metrô é um transporte de investimento inicial alto, conservação alta, mas dribla o trânsito. Não polui, é rápido e tem conforto em termos de temperatura. 

Para o metrô melhorar tem que ter investimentos em tecnologia pra aumentar a velocidade. As plataformas devem dobrar de tamanho como também os trens, seria a melhor solução, seguindo o exemplo de grandes metrópoles como Londres, Nova York e Moscou.
  Fotos: Google.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Depoimento: Sigismundo Souza 106 Km de Disposição e Paciência no Transito do Recife


 

Sigismundo Souza é usuário do transporte público e percorre 106 Km diariamente da Cidade de Abreu e Lima a Cidade do Cabo de Santo Agostinho, leia abaixo seu breve depoimento:



Meu nome é Sigismundo Souza, tenho 56 anos, moro em Abreu e Lima, sou professor e atualmente exerço a função de diretor de uma escola municipal no Cabo de Santo Agostinho. Todos os dias eu saio de casa às 4h da manhã para pegar o ônibus de Igarassu para o centro de Recife. Chegando a Recife, pego o ônibus para o Cabo onde pego mais outro ônibus para chegar à escola onde trabalho. 

Este trajeto na maioria das vezes é feito em coletivos superlotados. Com ida e volta gasto cerca de 8 a 10 horas diariamente. As maiores dificuldades encontradas nesta ida e vinda de Abreu e Lima para o Cabo e vice e versa, são: o trânsito congestionado, os motoristas de coletivos que queimam as paradas, a gente viaja sempre em pé. 

Para solucionar este problema o ideal seria criar uma linha de metrô que pudesse atender o maior quantitativo de pessoas neste percurso. O metrô tem mais condições de transportar mais gente do que o ônibus, não causa engarrafamentos e é climatizado. Mesmo que coloquem mais ônibus nas ruas, o trânsito ficaria muito pior.  


 Fotos: Google/Arquivo Pessoal