domingo, 25 de maio de 2014

Depoimento do Cadeirante: Tiago Melo, 21 anos


TIAGO MELO, 21 ANOS

Meu nome é Tiago Melo, tenho 21 anos e sou estudante de jornalismo. Todos os dias pego o ônibus para fazer o trajeto de Ouro Preto, Olinda até o centro de Recife para ir à faculdade.

A viagem fica mais complicada por que sou cadeirante, eu sinto mais na pele todas as dificuldades da falta de conservação das calçadas, é um pouco mais complicado, demanda um pouco mais de esforço para poder chegar ao meu destino. Porque as calçadas não são muito bem preparadas e conservadas. Já faz um ano e meio que faço este trajeto e percebi que a prefeitura já fez uma pequena melhora, mas ainda fica a desejar.

Quando eu desço do ônibus na Av. Dantas Barreto para ir à Av. Guararapes enfrento algumas dificuldades, buracos e além das calçadas não estarem de acordo com os padrões.
Quando surgiram as rampas de acesso nos ônibus, logo no início, os motoristas eram um pouco despreparados para operar. Nem todos os coletivos estão equipados e eu tinha que esperar o próximo, chegando muitas vezes atrasado ao lugar de destino.

Quando o ônibus está lotado, mesmo assim, o lugar para o cadeirante já está garantido. Às vezes a pessoa que está sentada ao lado do espaço reservado da cadeira de rodas, nestas condições a cadeira não fica na posição adequada para que eu possa colocar a trava do cinto de segurança, ela tem que ficar na posição horizontal, e então fica muito desconfortável e é arriscado me machucar e as outras pessoas também. Além de enfrentar os ônibus constantemente lotados enfrento a falta de educação das pessoas em não ceder o espaço que por lei já é reservado.
Creio que até mesmo as pessoas com a mobilidade total também sentem dificuldades no deslocamento diário pelas cidades.

As minhas sugestões para a melhoria da mobilidade urbana são: investir mais em obras que facilitem a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida, na conservação das calçadas, pensar mais nas pessoas que precisam mais de apoio. Porque é obrigação do estado oferecer, sensibilizar mais com as pessoas com mobilidade reduzida, os idosos.

Percebo que tem melhorado muito essa questão.


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