Fotos: Arizai Almeida
A população das grandes
cidades está cada vez mais refém do trânsito caótico e estressante.
Todos
os dias, milhares pessoas cruzam as estradas e rodovias do nosso país, seja
para estudar, trabalhar ou simplesmente cumprir seus compromissos. A quantidade
de veículos que circula nas grandes cidades aumenta a cada dia. As tentativas
de se resolver o problema dos engarrafamentos têm se tornado uma luta constante
para tornar o transporte coletivo mais eficiente, entretanto vemos que até o
momento, as rotas alternativas, o sistema integrado ônibus/metrô e outras
tantas medidas não tiveram êxito. Ter um automóvel deixou de ser status para
ser uma necessidade real no exercício do direito de ir e vir. Entretanto, os
congestionamentos têm sido cada vez mais constantes e rotineiros, assim vemos
usuários do transporte coletivo e motoristas de carros particulares, todos
“navegando” no mesmo barco.
A
auxiliar administrativo Rute Alves da Silva, 55 anos, mora em São Lourenço da
Mata e todos os dias utiliza o transporte público para ir ao trabalho na cidade
do Cabo de Santo Agostinho. São cinco conduções, entre metrô, trem e ônibus, no
sistema integrado, pagando apenas uma passagem e gastando cerca de quatro horas
para chegar ao seu destino. Ela aponta as principais dificuldades que enfrenta:
superlotação, atraso nos horários, o comércio ambulante, o som de telefone
celular de alguns usuários, que ainda não distinguem entre o espaço público e
particular, e a falta de segurança. “Já presenciei um assalto no ônibus onde
estava”, diz.
Já a
funcionária pública Tarciana Valença, 42 anos, há três anos comprou um carro.
Mora em Recife e trabalha em Jaboatão dos Guararapes, no horário da manhã e no
Cabo de Santo Agostinho à tarde. Segundo ela, ter o seu próprio transporte
facilita a sua locomoção pelas três cidades, evitando os ônibus sempre cheios,
desconfortáveis e com horários que não lhe facilitam o percurso que faz todos
os dias. “Se eu ainda utilizasse o transporte público, eu não teria cumprir com
os horários dos meus dois vínculos e chegaria sempre atrasada”, declara. Tarciana
fala ainda que por isso, todos os seus problemas de mobilidade estão
resolvidos. “Os constantes engarrafamentos quando retorno do Cabo de Santo
Agostinho, no final da tarde, a condição precária das estradas que encarece a
manutenção do veículo e o preço do combustível são as minhas maiores dificuldades
no trânsito diariamente”, desabafa.
Segundo informações do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) na última década, o aumento percentual do
número de veículos foi onze vezes maior que o da população. De 2001 a 2012, a
frota brasileira passou de 24 milhões em 2001 para 50 milhões de veículos. Ou seja, em apenas dez
anos, surgiu nas ruas a mesma quantidade de carros criada ao longo de
todas as décadas anteriores. Em 2013,
com a redução do IPI para a compra de veículos automores, muita gente conseguiu
comprar o seu primeiro carro, porém a maioria terminou por optar pelo retorno
ao transporte coletivo, por ser mais barato.
É o
caso do professor Glayson Correia, 34 anos, que de segunda a sexta, raramente vai
ao trabalho dirigindo. “É claro que é bem mais confortável e não perderia tanto
tempo, mas a necessidade financeira me obrigou a utilizar mais o transporte
coletivo. Conheço outras pessoas que também fazem o mesmo e moram muito mais
longe do trabalho do que eu”, afirma. De acordo com o professor, os dois tipos
de transportes têm vantagens e desvantagens, resta somente a cada um escolher
qual a melhor opção para a sua situação.
Do Mobilidade Urbana - PE
Arizai Almeida
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sábado, 14 de novembro de 2015
Transporte coletivo X transporte próprio: Eis a questão
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